A 92 Km de Recife, Tamandaré significa “repovoador” em tupi-guarani, que, no caso, seria um pajé a quem Tupã, deus dos trovões, teria mandado um aviso de que ia exterminar a humanidade. Assim como Noé, o pajé então construiu um barco e lá entrou com toda a família até o fim do dilúvio, quando saiu e repovoou a área. Hoje as praias de Tamandaré que teriam presenciado a história ajudam a compor outras histórias, as de tantos visitantes que se encantam com o aspecto ainda rústico de muitas delas.
Pontos guardam a história da cidade
As praias de Tamandaré podem ser tão antigas quanto a criação do mundo, mas a cidade guarda traços históricos muito importantes para a história de Pernambuco, como o Forte de Santo Inácio, a apenas 500 metros do mar e que por pelo menos duas ocasiões ajudou a defender as terras da invasão holandesa, em 1654 e durante a Guerra dos Cabanos, entre 1831 e 1836.
Dentro dele, em 1902, foi construído um farol metálico para iluminar os navegantes, substituído, 30 anos depois, pelo atual, todo de concreto. Além deles, construções como as igrejas de São Pedro, com sua cruz de madeira, e a de São José lembram como o tempo é curto e merece ser vivido plenamente.
Artesanato mostra o modo de vida simples
E para viver plenamente você está no lugar certo. Comece conhecendo um pouco do jeito desse povo através do seu artesanato, com as artesãs da Associação das Mulheres do Bairro Estrela do Mar. Inspiradas nas praias de Tamandaré, as esposas dos pescadores produzem objetos e utensílios como raízes de coqueiro como chapéus, fruteiras e samburás, complementando a renda familiar. Há ainda os artesãos do próprio coco, habilmente transformado em peixes coloridos e variados. Todo isso você encontra na Casa do Artesão, inaugurada em 2001.
Rios, APAs e manguezais
Conheça mais sobre o povo também pelo seu tempero. Delícias como arroz de polvo, caldinho de camarão e peixe assado ficam mais gostosos nas praias de Tamandaré – e são uma boa pedida para você se preparar para conhecer as APAs da região (Guadalupe e Costa dos Corais), a Reserva Biológica de Saltinho, com direito ao Museu da Árvore e à Cachoeira do Bulha com 10 m de altura e 15 m de largura, o Rio Aquirindá (marco inicial do Centro Turístico na cidade), os manguezais, o Morro do Oitizeiro e os famosos arrecifes de corais das praias de Tamandaré.
Hora de molhar os pés
São 16Km de praias de Tamandaré, acredite ou não, pouco modificadas pelas mãos do homem – e as poucas intervenções acabaram apenas realçando ainda mais a beleza do lugar.
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Praia das Campas
É o caso da Praia das Campas, onde foi erguida a igrejinha do padroeiro da cidade, São Pedro. Lá ficam a maior parte das belas casas de veraneio e também algumas construções coloniais. São 4,7 Km de águas bem calminhas por causa da formação de corais e que, na maré baixa, chegam a fazer uma extensão de areia de até 60 metros. Apesar de permitir ancoragem de pequenas embarcações que fazem passeios turísticos, a conservação e a limpeza locais são impecáveis.
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Praia do Pontal do Lira
Com apenas 1 Km de extensão, a Praia do Pontal do Lira chega a ter 70 metros de faixa de areia na maré baixa e há um píer do Ibama no local com ancoragem natural para pequenas e médias embarcações. É lá que ficam o Forte e o Farol de Santo Inácio.
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Praia da Boca da Barra ou Praia da Barra
Logo depois do píer fica a Praia da Boca da Barra, com 2,5 Km de extensão. Limitada ao sul pelo estuário do Rio Mamucabas, um dos poucos do estado com nível de poluição igual a zero, formando manguezais e bancos de areia que embelezam ainda mais o lugar. Com várias piscinas naturais na maré baixa graças à formação de arrecifes no trecho ao sul.
É lá que fica a APA dos Corais, a maior área de preservação marinha já criada no Brasil, com 135 Km de encosta. Além dos corais, a APA protege vários animais ameaçados de extinção, como o Coral de Fogo, o Peixe Boi, a Baleia Corcova, a Baleia Jubarte e a tartaruga Verde.
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